Como eu fiz minha transição de carreira aos 47 anos e hoje vivo a minha missão de vida

Hoje me deu uma nostalgia boa. Foram muitas lembranças resgatadas da minha trajetória de carreira. Na verdade, estou assim desde ontem, pois estava me preparando para uma live com meu mentor, Mauricio Sampaio, onde iria falar sobre minha trajetória de carreira. Foi como se estivesse passando um filme na minha cabeça.

Comecei a trabalhar com 18 anos e meu único objetivo era pagar a faculdade. Como toda jovem, ainda mais naquela época (tenho 51 anos, então faz bastante tempo!) não sabia exatamente o que eu queria ser quando crescer…rs. Não tinha tanta informação como agora e o autoconhecimento nem era discutido. Comecei fazendo Jornalismo, já que eu gostava muito de escrever, achei que seria uma profissão que eu ia abraçar.  Cursei um ano e não gostei! Prestei vestibular novamente para Economia, trabalhei 3 anos na área enquanto estudava e não gostei. Definitivamente aquilo não me faria feliz! Não sou de números, sou de pessoas. O curso abriu muitas portas, mas não me via trabalhando nessa área. Hoje sei de tudo isso, mas não tinha nem ideia na época.

E assim foi durante muito tempo. Quando não temos certeza do que queremos, a vida vai nos levando para o caminho que ela escolher. Não escolhemos, somos escolhidos! Tive experiencias de trabalho em diversas empresas, algumas muito boas, outras nem tão boas. Mas uma coisa eu percebi desde cedo, eu gostava de gente! Eu me importava com as pessoas.

Passei por algumas lideranças tóxicas e cada vez mais eu tinha certeza de que eu queria ser líder e que faria tudo diferente. Ao menos, tentaria. Tive a minha primeira oportunidade de liderar bem nova. Foi um desafio jogado no meu colo e eu, mesmo sem preparo, abracei. E assim foi a maior parte da minha carreira, liderando. Errei bastante, mas fui aprendendo.

Foram 29 anos dentro do mundo corporativo! Meu último trabalho, como funcionária foi na Fundação Getúlio Vargas, instituição que eu sonhava trabalhar. Lembro como se fosse hoje quando fui chamada para o processo seletivo a felicidade que eu fiquei. Lembro também de quando fui fazer uma entrevista com a diretoria da escola e na porta da FGV fui agraciada com uma “caca” de um pombo que manchou minha camisa branca. Na hora falei, não acredito! Mas no fim acho que deu sorte porque fui contratada…rs.  

Trabalhei durante 10 anos na FGV e posso falar que foi uma das melhores experiências de trabalho que tive. Conheci pessoas extraordinárias, aprendi sobre o mundo da educação, que eu acredito e admiro. Tantas aulas (sem estar na sala de aula) convivendo com grandes professores! Líderes e liderados que me ensinaram a ser uma pessoa melhor, a ser uma líder melhor, a ser uma líder de verdade. Pessoas que tenho certeza de que são para a vida toda. Eu era feliz com o que eu fazia, era rodeada de excelentes pessoas e profissionais. Mas havia uma inquietude em meu coração, não sabia exatamente o que, mas eu precisava descobrir. E fui buscar o tal do Coaching.

Em 2014 fiz um programa de coaching e foi tão bom que me encantei. Aquele programa me deu uma bela cutucada! Fez ver minhas mazelas, meus medos, e fez eu enxergar tudo o que eu podia ser. Despertou o meu melhor. Desde então busquei a fundo o autoconhecimento. Fui mergulhando para descobrir verdadeiramente quem eu sou e o que eu queria para minha vida! Nem todas as descobertas foram boas e tive que tratar as dores que apareceram, mas foi incrivelmente libertador! Quanta gente me ajudou nessa jornada! Percebi comportamentos que eu tinha que não faziam sentido, sabotadores presentes na minha mente atrapalhando meu progresso

Ahhhh se esse programa tivesse acontecido lá atrás quando eu tinha 18 anos…como teria sido diferente! Foram muitas transformações, muita clareza do que eu queria para a minha vida e a certeza que só dependia de mim as mudanças que eu buscava. Entendi o que é autorresponsabilidade e que o direcionamento da minha vida e carreira dependia única e exclusivamente de mim. Nunca somos vítimas, nós escolhemos ficar no emprego que não gostamos, trabalhar com o chefe tirano, não ter a promoção que almejamos, não sermos felizes com o que fazemos.  Mas precisei de ajuda, afinal ninguém faz nada sozinho. Aliás esse era um ponto que eu tinha que curar, me achar autossuficiente!

Encontrei o que eu queria para o resto da minha vida e decidi planejar para chegar nesse objetivo. E foi o que aconteceu. Depois de dois anos fiz a minha primeira formação de Coaching e não parei mais. Resolvi investir nessa nova profissão. A possibilidade de ajudar os outros a enxergarem o que eu enxerguei me fascinou! Fiz a minha transição de carreira aos 47 anos! E atendo às vezes alguns clientes que com 30 anos acham que é tarde para mudar. Nãooooooooooooo! Nunca é tarde para mudarmos o que nos incomoda. Nunca é tarde para sermos felizes em nossas carreiras!

Mas não foi fácil essa transição de carreira. Venho de uma cultura onde se acreditava e valorizava o que era mais seguro, o trabalho formal, registrado em carteira. E eu durante muitos anos acreditei nisso e não vejo nada de errado em acreditar. Tudo depende muito do que te motiva. Os tempos mudaram. Tive que mudar meu mindset, tive que entender de assuntos que nunca me preocupei em saber. Demorou um pouco para minha mentalidade mudar, hoje vejo infinitas possibilidades e formas de trabalho. Acredito que não somos limitados a nada. Tive que aprender o que é SER uma empresa, cuidar do marketing, das finanças, fazer os atendimentos, enfim, um universo totalmente novo e desafiador. Fui buscar ajuda, me capacitei em assuntos que nunca imaginei que “levava jeito”. Estudei muito e continuo estudando porque quero dar o meu melhor, sempre fui assim e sempre serei.

Sou extremamente grata a todos que passaram pela minha jornada no mundo corporativo. Não tem como nomear todos, é muita gente para agradecer. Cada puxão de orelha e cada feedback positivo formaram quem eu me tornei hoje.

Sou extremamente grata a todos meus clientes de Coaching e Orientação de Carreira, que dão um voto de confiança e acreditam no meu trabalho. Acreditam em si mesmos e na possibilidade de alcançar os resultados que desejam, em ter uma carreira feliz, próspera! As empresas que me contratam para eu transmitir todo o conhecimento que tive nos 20 anos liderando. Sou extremamente grata a minha família que me ensinou os valores que carrego ate hoje e que me ajudam muito no trabalho que desenvolvo.

Se você não está feliz com sua carreira, tome uma atitude! E quando eu falo isso, não estou dizendo para jogar tudo para cima, pedir as contas do emprego, largar tudo e ir morar no meio do mato (a não ser que esse seja o seu sonho). O que eu falo é para você entender quem você é! O que te motiva! Que tipo de trabalho vai te fazer feliz! E logicamente, planejar e tomar as atitudes que precisa para fazer a mudança, se for o caso.  Tenha clareza do que você quer e vá em direção aos seus sonhos. Viemos nessa vida para sermos felizes, inclusive na carreira!

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